Sempre fui daquelas pessoas que gostam de passar um tempo sozinhas. Também tenho o hábito de me auto-premiar. Costumo dizer que vivo como aquelas focas adestradas de parque aquático: depois que fazem algo certo, ganham uma sardinha. No meu caso, quando acho que trabalhei muito, me dou um presente. Pode ser o mais incrível dos capuccinos, um livro, um filminho um passeio no parque,... Semana passada, como prêmio, fui a uma livraria. Peguei um livro, um pedaço de bolo e um café e procurei uma mesinha. Comecei a folhear o livro e a pessoa ao meu lado, uma mulher, perguntou as horas. Tempos atrás, eu simplesmente teria falado que não tenho relógio e daria por encerrado, mas estou na fase do vou-ser-uma-pessoa-prestativa. Além disso, sei que os orientais tem a fama de reclusos e acho que tomei a responsabilidade de mudar essa imagem. Responsa, né? Sei lá, coisa minha. Abri minha bolsa, vi as horas no celular e informei a moça. Aí ela disse: - Você me desculpa, mas você é chinesa ou japonesa? Disse que era coreana. Aí, ela engatou uma conversa, disse que havia namorado um coreano, que ele era muito fresco, que tinha ido ao Sujinho com ele,... Acho que ela queria compartilhar algo. Aí ela me perguntou se a Coréia era alguma coisa do Japão. Expliquei que eram países diferentes, que de avião levava quase o mesmo tempo que leva entre SP e RJ, que língua era diferente, que a comida era diferente... enfim... fiz um breve resumo. Gosto de falar sobre isso, pois acho que com informação, existe menos preconceito. Aí, depois de toda explicação, a conclusão dela foi:
- Ah, então é tudo a mesma coisa.
Tive a certeza que deveria ter dito que não tinha horas. Dei um soriso amarelo e me refugiei no livro.
23 maio, 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário